agosto 17, 2007

Para renascer, é preciso morrer...

Em 1995, Max Roach esteve entre nós. Ontem, deixou-nos.
A sua good vibe é eterna. Até jazz...


Nova Iorque, 17 Ago (Lusa) - O baterista Max Roach, virtuoso da percussão e um dos pioneiros do jazz moderno, morreu quinta-feira em Nova York aos 83 anos, após doença prolongada, anunciou hoje a editora discográfica Blue Note.

Roach, nascido na Carolina do Norte em 1924 e criado no bairro nova-iorquino de Brooklyn, fica na história como um dos reinventores do jazz, a que dedicou toda a sua vida e com o qual quebrou numerosas barreiras musicais graças ao seu estilo peculiar de tocar bateria.

As suas improvisações e as inovações rítmicas que introduzia nas suas composições e que ajudaram a definir o som sofisticado do "bepop jazz" granjearam-lhe um lugar importante na história da música.

Génio autodidacta, destacou-se desde a adolescência, nos anos 40, como uno dos aventureiros que fizeram evoluir o jazz e desafiaram os ouvidos mais conservadores.

A sua atitude aventureira marcaria toda uma carreira, em que ultrapassou as fronteiras do jazz, ao colaborar com coros de gospel, grupos de hip-hop, artistas visuais e todo o tipo de iniciativas musicais.

Actuou pela primeira vez aos 16 anos, em 1940, quando conseguiu encher durante três noites um clube de jazz nova-iorquino como substituto de um baterista.

Essa actuação viria a abriu-lhe as portas do mítico Milton's Playhouse, no bairro de Harlem, onde conheceria o saxofonista Charlie Parker e o trompetista Dizzy Gillespie.

Em 1944, Roach protagonizou uma das primeiras sessões de gravação de "bepop jazz" ao lado de Gillespie e do também lendário saxofonista Coleman Hawkins.

Com a sua rápida batida na bateria, Roach também colaborou com Miles Davis e a Capitol Orchestra em várias sessões de gravação.

Nos anos 60, 70 e 80, graças à sua imaginação, conseguiu manter-se no topo com inúmeras colaborações musicais e a formação de várias bandas que ele próprio dirigia.

Na década de 70, Roach fez história ao tornar-se o primeiro músico de jazz a dar lições de música como professor titular na Universidade de Massachusetts.

Deixou a actividade docente no final dos anos 90, mas continuou activo e fez digressões com o seu quarteto até 2000.

A sua última colaboração como compositor foi en 2002, quando escreveu e interpretou a música do documentário "How to fraw a bunny", sobre o artista Ray Johnson.

CM

agosto 13, 2007

Jazz em Agosto, ou O Regresso das Estrelas

O regresso de Coleman a Portugal deu o mote para o regresso aos posts no Aqui Jazz o Fado, incompreensivelmente abandonado desde Abril.
A imaginada parceria para alimentar este espaço e que até agora não teve lugar levou-me a pensar em acabar com o blog, mas decidi-me por lhe dar um novo fôlego.
Vamos ver o que vai acontecer...



Numa sala esgotada e com o bonito cenário natural do jardim da Gulbenkian por trás do palco, era enorme a expectativa sobre a actuação de um dos monstros do jazz, a fechar o Jazz em Agosto 2007.

A abrir
O ritmo imposto por Coleman na meia dúzia de temas que alimentaram o concerto ao longo de pouco mais de uma hora, empurrou Tony falanga e Charnett Moffett ( contrabaixos) para registos frenéticos, enquanto Al MacDowell (baixo eléctrico) foi quase sempre a ordem no meio do aparente caos dos temas apresentados. O resultado final foi sempre brilhante.
Coleman é um bom ditador em palco. Como que espartilha a criatividade dos restantes músicos, obrigando-os a segui-lo nas mudanças de tom imprimidas ao longo dos temas.
Quanto a Denardo Coleman (bateria), é um óptimo exemplo do que distingue os bateristas americanos dos europeus. Mais enérgico que ele é difícil, mesmo nos temas com mais swing.



Soube a pouco
Mesmo tendo ficado com a sensação de um público pouco entusiasmado com este jazz que, convenhamos, não é de ouvido fácil, só no final do espectáculo mostrou o merecido reconhecimento a Coleman, com a sala de pé a aplaudir.
Após ter voltado uma única vez, Coleman foi à plateia buscar uma criança, talvez a única na sala, para, num simbólico encontro de gerações, dizer que o menino se chamava Jerôme e que não tinha nada para dizer... :)


abril 16, 2007

Fado em Si bemol

Quarta-feira passada, o B Flat Jazz Club fez 11 anos. De parabéns, o António Ferro, que tive o prazer de conhecer. Quando ele disse que tinha uma raridade da Amália - um disco gravado na Broadway(!), liguei de imediato ao Jorge, que desmoralizou o António, coitado; Aquilo foi gravado em Lisboa, com músicos da GNR... e direcção de um americano. Pois!


Para abrilhantar a festa, tocaram os Fado em Si bemol, um nome que encaixa perfeitamente no espírito do blog. O quinteto, que apresentou quase duas dúzias de standards e tem em preparação um disco de originais, é composto por:
Miguel Silva, guitarra portuguesa - Paulo Gonçalves, viola - Pedro Silva, contrabaixo - Paulo Coelho, percussão - Pedro Matos, voz.
A produção do grupo é de Adalberto Ribeiro, a quem prometi ajudar a trazê-los a uma visita à Capital do Império. A ber bamos...

março 13, 2007

A Tasca do Chico

Temos o privilégio de estar entre nós a inconfundível, a inigualável ... a grande senhora do fado... como é que a senhora se chama?, - Odete - Uma grande salva de palmas, por favor!

Não aconteceu, ontem à noite, mas podia ter acontecido.
É assim, às segundas (agora também às terças) e quartas na Tasca do Chico.

Não tem nada que saber: é só descer a Rua Diário de Notícias até encontrar um magote de gente de copo na mão à porta da tasca, esperar por um intervalo e arranjar um lugarzinho na sala. Por mim, prefiro ir para o balcão, ao fundo, onde está o Chico a aviar copos e a endrominar as camones.

Ouvi ontem pela primeira vez ao vivo o Pedro Moutinho. Canta mesmo bem, o miúdo! Mais dois ou três anos de vadiagem e temos homem!

fevereiro 19, 2007

velhos talentos

Depois de quase dois séculos de viagens intergalácticas, a alminha apareceu para dizer que anda a fazer disto!


Jos creats an Epic Electronic Symphonic music, the result is a fusion of minimal, electronic and classic music.






O prazer é todo nosso, amigo!

janeiro 12, 2007

Flamenco e Jazz de mãos dadas

No século XIX, o flamenco chega à Península Ibérica pela guitarra do cigano andaluz, fruto da influência trazida do norte da Índia. Aqui, mistura-se com a música árabe e judaica, na dimensão trágica e de dôr comum aos três géneros musicais.
Em 1922 Garcia Lorca ajudou a impulsionar o cante jondo , através do concurso Cante Flamenco de Granada.


Spain Again, que inclui composições originais, uma homenagem a Piazzolla e alguns standards de jazz, é o ponto de partida para o espectáculo agendado para o CCB no final do mês.
Neste concerto, reunem-se dois nomes maiores desta arte: Michel Camilo, pianista de excepção, que combina os sons do jazz com a música da sua terra natal, a República Dominicana; Descoberto muito novo por Paco de Lucía, Tomatito, grande guitarrista mundial de flamenco que chegou a tocar com o lendário Camarón de la Isla.


Si un músico quiere tocar contigo es porque se ha fijado que eres auténtico y tocas flamenco, no quiere que te hagas un jazzero o rockero, sino que compartas con ellos tu sonido original



Biografia de José Fernández Torres - Tomatito
(É uma viagem de descoberta, seguir as quase três dezenas de links e entrar no fantástico mundo do Flamenco.)

PRIMEIROS PASSOS
José Fernández Torres "Tomatito" nació en Almería en 1958, en el barrio de Pescadería. Su familia, vinculada a Almería desde bastantes generaciones, posee una larga tradición musical, sobre todo en lo que al toque de la guitarra se refiere. Ya su abuelo Miguel Fernández Cortés “El Tomate”, era habitual en las fiestas privadas de principios de siglo y muy conocido entre los jóvenes aficionados a las rondas nocturnas, que en nuestra capital eran tradicionales, por hacer dúo con su hermano Antonio Fernández Cortés, que tocaba la bandurria.

Su padre José Fernández Castro “El Tomate”, era aficionado a la guitarra en la intimidad de su hogar y tocaba el clarinete en la Banda de Música de Almería. Hermanos de éste, y por tanto, tíos de Tomatito son Antonio, que tocaba la bandurria en su juventud y que ha desarrollado su carrera como guitarrista en Francia, tocando para tan grandes artistas como Paco Isidro, y “El Niño Miguel”, virtuoso de corte clásico que ha desarrollado su carrera en Huelva, donde reside en la actualidad.

José crece en un entorno íntimamente relacionado con la música y especialmente con el flamenco. Sus primeros acordes los aprende de su padre y de su abuelo, mostrando desde pequeño una gran intuición musical y una habilidad casi innata.

Su debut como guitarrista de acompañamiento no se hace esperar. Lo presenta José Sorroche en la peña El Taranto con sólo 10 años de edad. Este recital, donde se presenta como Pepín Fernández, fue ampliamente cubierto por la prensa local, como si el caprichoso destino quisiera que este personaje gozara de cierta notoriedad ya desde su primera intervención pública. A partir de este momento, su relación con dicha peña es estrecha, y es reclamado para acompañar a muchos de los cantaores que ésta contrata.

En 1970, su padre, “El Tomate”, en 1970 se ve obligado a trasladarse con toda la familia a Málaga, donde trabaja tocando el clarinete en distintas orquestas de esta ciudad. Allí entabla conversaciones para que su hijo trabaje en el local de La Cañeta ubicado en Marbella, y Tomatito asiste diariamente a este tablao acompañado por su padre.
Posteriormente es contratado en la Taberna Gitana incorporándose al cuadro flamenco del local. Bailaban la Kika, y Pepito Vargas, entre otros, y tocaba la guitarra Pedro Escalona. Además de acompañar al baile, Tomatito hacía un sólo que generalmente era “Entre dos aguas” de Paco de Lucía. Completaba su formación en esta época con Pedro Blanco y Enrique Naranjo. Esta etapa, que duró 3 años, es esencial en su carrera ya que, con espectadores de excepción como Pansequito, Lebrijano, Paco de Lucía y el propio Camarón de la Isla (figuras señeras que conformaban su máxima referencia), acompaña a cantaores de reconocido prestigio. A Paco de Lucía lo conoció un día que apareció acompañado de LOS MARISMEÑOS en la caseta que la Taberna Gitana montaba en la feria de Málaga. Camarón, que entonces trabajaba en el Torrebermejas, viajaba a Málaga con asiduidad.

Cuando José contaba con 15 años, Camarón de la Isla se encontró sin guitarrista en un festival que tenía lugar en Málaga; alguien expuso la idea de llamar “a ese chaval de la Taberna Gitana que tocaba bien las cosas de Paco”, a lo que Camarón accedió. Éste sería el primer encuentro que Tomatito tendría con José Monge Cruz, en una relación profesional que duró 18 años, hasta la trágica desaparición del genial cantaor.

A partir de ese momento, Camarón lo empieza a llamar esporádicamente, cuando Paco Cepero (Premio Nacional de Jerez en el año 1975, Premio Nacional de Córdoba en 1977 y Castillete de Oro de La Unión), entonces su guitarrista habitual, tenía otros compromisos profesionales. Algunas de estas actuaciones tuvieron lugar en Salamanca, Valencia, Festival de Alhaurín de la Torre, etc.

Abandona la Taberna Gitana para ir a Madrid con Pansequito, permaneciendo con éste durante 5 meses. Esta es la primera y única Navidad que José pasa fuera de su casa. Esa noche estuvieron en Los Canasteros, disfrutando de una actuación de la Susi.


COM CAMARÓN
Cuando Tomatito contaba con 21 años de edad, regresa junto con su familia a la ciudad de Almería, donde sigue residiendo en la actualidad.
En su trayectoria con Camarón, Tomatito ha alternado los multitudinarios recitales con éste por España y el extranjero con actuaciones en peñas y festivales, acompañando a grandes figuras del flamenco como Enrique Morente (Su personal versión de "Poeta en Nueva York' de Federico García Lorca y canciones de Leonard Cohen, entregándose, además al encuentro entre música flamenca y la tensión eléctrica del grupo Lagartija Nick, con toda la esencia de la jondura están juntas en Omega, su C.D., una obra magistral con la que giró por España y Francia y entusiasmó a todos los aficionados a la buena música), la Susi, Vicente Soto ‘Sordera’, Pansequito, José de la Mercé, Chano Lobato, Terremoto de Jerez, Antonio Mairena, Juanito Villar, Rancapino y un largo etc.

En el
Teatro Lope de Vega de Sevilla, con Parrita al cante, habiendo empezado José a tocar, no entendía que el público se exaltara de pronto. Su sorpresa fue descubrir que Camarón había subido al escenario y se había sentado a su lado sin que nadie lo hubiera contratado. Cuando después preguntaron al cantaor por su inesperada aparición, contestó que “no siempre se canta por dinero”. Esta es una de las muchas muestras de los lazos que unían a ambos artistas y de su calidad humana.

Por su estrecha relación con la Peña el Taranto de Almería, obtiene en 1985 el emblema Taranto de Oro y en 1988 el Premio "Lucas López".

Durante esta época, Tomatito se configura como uno de los más prestigiosos guitarristas de acompañamiento del panorama nacional. Su estética musical aparece perfectamente ensamblada con la de Camarón, con un sonido propio, flamenquísimo, en el que consigue integrar los silencios como parte de la melodía, así como aprovechar con absoluta sintonía la cadencia de los cantes desarrollados por Camarón.

"La leyenda del Tiempo" de 1979 es el primero de una amplia discografía acompañando a Camarón. En "Como el Agua" (1981), tiene la oportunidad de trabajar con su ídolo, Paco de Lucía, con el que establecerá a partir de ese momento una relación de respeto y profunda admiración. Siguen en la lista Calle Real (1983), Viviré (1984), Te lo dice Camarón (1986), Flamenco Vivo (en directo, de 1987), Disco de Oro (recopilatorio, de 1988), Soy gitano (1989), Autorretrato (mezclas, rarezas, 1991), Potro de Rabia y Miel (1992), última grabación de Camarón donde vuelve a encontrarse con Paco de Lucía, Camarón Nuestro (1993), París 1987, Directo (1999) y Camarón, Antología Inédita (2000).


SAUDADE E GUITARRA
En 1992, tras la desaparición de Camarón de la Isla, la desolación toca a su puerta. La amistad que les unía era enorme, y la ausencia del genio está patente en todas las intervenciones del guitarrista. Por otro lado, entre los cantaores se extiende una especie de luz de gas hacia éste, que justifican con el argumento de que sólo sabe tocarle a Camarón. Sólo los grandes de verdad demuestran no tener miedo a ser acompañados por el que fue confidente, amigo y perfecto complemento musical de Camarón. Chano Lobato, Enrique Morente y Carmen Linares son de los pocos que no temen que el público, esperando la voz de Camarón tras las sublimes falsetas de Tomatito, se encuentren con otra voz, con otras formas musicales, provocando una decepción emocional difícil de superar en el resto del concierto. Y es que los flamencos también saben de escenificación y marketing.

A partir de este momento, José Fernández Torres se hace acompañar por otros músicos, Duquende (Considerado uno de los herederos de Camarón) y Potito entre ellos, en muchas ocasiones de su propio barrio, iniciando una carrera como guitarrista de concierto vertiginosa, y siendo acreedor de las más favorables críticas en todas sus intervenciones, como por ejemplo en 1993 en el Festival Flamenco de Madrid, 4º Homenaje al Taranto, en el Auditorio Nacional de Música de Madrid, en el Palau de la Música Catalana de Barcelona, en el Palau de la Música de Valencia, en el Palacio de Congresos de Granada, en la Universidad Complutense, en el Festival de la Guitarra de Córdoba, etc. Su prestigio aumenta, llegando a compartir escenario con artistas consagrados de fama internacional como Frank Sinatra y Elton John.

Numerosos e importantes son los éxitos que ha cosechado en el extranjero, entre los que destacan el Festival Internacional de Música de Estambul (Turquía), el VI Festival Internacional de Guitarra de Lyon (Francia), giras realizadas por Japón, Suiza, Francia y Alemania.

Aunque no ha dejado en ningún momento de dar conciertos con su grupo, en momentos puntuales ha realizado colaboraciones con algunos de los cantaores más reputados del momento y con otros artistas del panorama nacional relacionados con la copla, como Carlos Cano o con el pop, como Mecano. Especial mención merece la gira que efectuó por toda España con Enrique Morente, y cuyo resultado merece la calificación de “extraordinario“.

En 1987 graba su primer disco en solitario, llamado “Rosas del Amor”, al que seguirá el disco “Barrio Negro”, en 1991, con la colaboración de Camarón en unos tangos titulados “La Voz del Tiempo”. A lo largo de 1997, presentó "Guitarra Gitana" en la Plaza de Cataluña (Festes de la Mercé, Barcelona) y en el Auditorio de Palma de Mallorca entre otros lugares.


CIDADÃO DO MUNDO
1997 es un año importante en la carrera de Tomatito, ya que coinciden dos circunstancias que marcarán su futuro inmediato. Se produce una explosión creativa acompañada de una actividad vertiginosa y recibe el reconocimiento oficial a su obra por parte de la Junta de Andalucía, materializado en la Medalla de Plata de dicha comunidad. Destacan en este año su primera composición musical para Teatro, en la obra "Madre Caballo", de Antonio Onetti, producida por el CAT y dirigida por Emilio Hernández. Onetti afirma "siempre vi la obra con esta música" y Terele Pávez, la actriz principal de la obra declaró "cuando aparece en el escenario esa guitarra te revuelve. Te levanta el personaje. Todos los actores nos sentimos sobrecogidos con ella...". También inició la colaboración con el pianista Michel Camilo realizando una gira por los más reputados escenarios del país, entre los que se encuentran el Festival de Jazz de Barcelona, el Palau de la Música de Valencia, el Gran Teatro de Córdoba y el festival "Sardinia Jazz" (Cerdeña), entre otros.

Al año siguiente, 1998, compone la música para la banda sonora de la película alemana "Bin Ich Schoen?" de Doris Doërrie, actúa en el festival "Espárrago Rock 98" en Granada, realiza una gira por Europea con su grupo, interviniendo en el "Festival de la Guitarra de Patrimonio" (Córcega) , en el "Festival de Mont-de-Marsan" (Francia), en el "Festival Flamenco de Tampere" (Finlandia) y en la "IX Nuits de la Guitare de Patrimonio" (Cerdeña) compartiendo cartel con John McLaughlin, Irakere y Chick Corea entre otros. En la "X Bienal de Arte Flamenco de Sevilla" presenta "Tomate & Friends", llegando a ser considerado como uno de los espectáculos más sobresalientes del festival. También estuvo presente en el “Festival El Guitarrazo” de Argentina con Luis Salinas y Lucho González.

En 1999 participó en el II Miedzynarodowy Festival de Guitarra en Polonia y realizó una gira por Cuba, Alemania, Argentina, Francia e Italia. Con Michel Camilo visita el Club de Jazz "Blue Note" de Tokyo y el Festival de Jazz de Basle. La prensa argentina dice :

En 1998 Tomatito llegó a Argentina compartiendo escenario con dos grandes de la guitarra, Luis Salinas y Lucho González. "El Guitarrazo" hizo posible el arribo de este músico nacido en los tablaos españoles, que de la mano de Camarón de la Isla y Paco de Lucía pasó a formar parte de la leyenda del Nuevo Flamenco que se gestó en la década del '70. Guitarrista cabal, virtuoso e inspirado, Tomatito volvió a nuestro país con un espectáculo propio, "Noches Gitanas", y dejó en el aire porteño la magia de su arte.
María Belén Luaces.

En el año 2000 realiza una gira por Europa con Arif Sag, y filma una película con Tony Gatlif.

Su colaboración artística con Michel Camilo se materializa en un disco que se edita en el año 2000 con el título "Spain", con el que obtiene el Grammy Latino al mejor disco de Jazz Latino. El concierto se presenta en el Carnegie Hall, dentro del marco del Jvc Jazz Festival además de los clubs de jazz Blue Note de Nueva York, Tokyo y Osaka. El disco “París, 1987” le proporciona otro Grammy por el mejor disco de flamenco. En este mismo año estrena el concierto Bajandí en la XI Bienal de Arte Flamenco de Sevilla, y después realiza una gira por Río de Janeiro, Nimes, Santo Domingo, etc.

En el 2001, obtiene el premio César como coautor de la banda sonora del film "Vengo" dirigido por Tony Gatlif y es nominado para los "Premios de la Música 2000”.

Paseo de los Castaños, es un disco que sale al mercado en el año 2001 y resulta una sorpresa para la afición flamenca de todo el mundo. A pesar de sus experiencias en otras formas musicales y en compañía de otros músicos, este disco es absolutamente flamenco, con el sonido al que Tomatito nos tiene acostumbrados. Un trabajo cargado de jondura, que alberga frescura y un glosario de chispas multicolores. Un disco que hace recorrer, en menos de una hora, ciento cincuenta años de historia flamenca, y que cuenta con la participación de sus propias hijas que empiezan a hacer incursiones en el universo del cante, así como la de George Benson.

Tras la presentación de este álbum participa en los festivales veraniegos de Jazz de Montreal, La Haya, Montreux y Umbria con el concierto Spain, presenta la campaña publicitaria de JVC en España, actúa en los festivales In Guitar y LaBatie de Genève cosechando un gran éxito.

En el año 2002 se ha editado un disco llamado Tomatito que, como recopilación, recoge una muestra importante de la evolución de este universal artista. Inicia el año con un concierto en el Palacio de Bellas Artes de Bruselas y lo continuó componiendo la música para la obra Salomé, dirigida por Carlos Saura para el BALLET AIDA GÓMEZ, clausurando con el Sexteto el Internacional Jazz Festival de Basilea y realizando una gira con Raimundo Amador por distintos puntos del país.

Atesorar éxitos se convierte en una constante de su carrera. Así, la crítica se deshace en halagos tras su actuación en octubre de 2003 en el Royal Albert Hall de Londres ante 2000 espectadores.

El año siguiente, el 2004, resulta ser un año de intensa actividad. Tras colaborar con Paco de Lucía en su disco “Cositas buenas”, prepara junto a Joan Albet Amargós el espectáculo “Sonanta Suite” en el que Tomatito se presenta ante el público acompañado de Orquesta Sinfónica en L’Auditori de Barcelona en Junio 2004 y posteriormente en el Festival Internacional de la Guitarra de Cordoba, en el Festival La Mar de Musicas, en Cartagena y en la XIII Bienal de Flamenco (Sevilla), entre otros eventos.

Le es otorgado un Premio Max de las Artes Escénicas como Mejor Director Musical por su composición musical para “Romeo y Julieta”, y en el mes de Junio ve la luz su disco titulado “Aguadulce”, que goza de extraordinaria crítica y con este nuevo repertorio visita Japón, Glatt & Verkehrt Festival, Austria, Smetana Hall de Praga, Palais de Rois de Majorque, Montellier y el National Concert Hall de Dublin. Actuará además en el Carrefour de la Guitare, Martinica and the Festival des Andalousies Atlantiques, Essaouira, Marruecos.
Los colaboradores que le rodean a Tomatito en la creación de Aguadulce son cohabitantes del mismo plano cósmico en el que reside su verdadera razón de ser. Su aquí y ahora, su id, es y siempre será flamenco. Junto a ellos, pretende no sólo aliviarse del síndrome de abstinencia que padece cada minuto que pasa sin su bajañí entre manos, sino agasajar a la vez a los amantes de lo genuino, aunque sea de forma momentánea, con un viaje astral por donde habita el duende auténtico.

El 2005 comienza con un concierto que llenó el Carnegie Hall, en el que acompaña después de 10 años a Enrique Morente y continúa con su gira mundial : Festival de Guitarra de Barcelona y los V Juegos Mediterraneos, Almería, el Museo de Arte Moderno Louisiana en Copenhagen, North Sea Jazz Festival, Barbican Centre, Londres, Nuits de la Guitare de Patrimonio y el Rivierenhof de Amberes.

janeiro 11, 2007

Raquel Tavares

Esta menina, que foi recentemente nomeada Revelação Feminina no Prémio Amália Rodrigues, depois de ter vencido a Grande Noite do Fado, em 1997, faz hoje 22 anos. Parabéns!


Através desta entrevista, ficamos a conhecer um pouco melhor o seu fado.
Raquel é acompanhada no disco de estreia com o seu nome por:
Custódio Castelo, guitarra portuguesa; Jorge Fernando e Diogo Clemente (viola, nos temas "Querer Cantar", "Trazer Pedaços de Mim" e "Fado Raquel"); Filipe Larsen, viola baixo.
Produção de Jorge Fernando.

Alinhamento:
Quando acordas / Olhos garotos / A tarde já morreu nesta varanda / Fado lisboeta / Fado Raquel / Noite / Por momentos (inquietou-se o meu olhar no teu) / Maré alta, sol profundo / Querer cantar / Um caso de amor / Trazes pedaços de mim / Senhor não sei o meu nome.

No âmbito do Tradinvierno 2007, Raquel Tavares actua este sábado-13, no Teatro Adolfo Marsillach, em San Sebastián de los Reyes, Madrid. A entrada custa 3 euros!

janeiro 06, 2007

O Quinto Elemento

Elmano Coelho (Lisbon Underground Music Ensemble), Nuno Martins, Ricardo Pires e Rodrigo Lima fundaram o CUTSAX – Quarteto de Saxofones de Lisboa.
Actualmente, pretendem acompanhar um fadista ao som dos saxofones, em vez da tradicional viola e guitarra portuguesa.

“É um estilo musical que se identifica com o povo português e que tem sido explorado, maioritariamente, numa vertente tradicional”.
Elmano Coelho


“No entanto, há que ter alguns cuidados para dar seguimento ao projecto. É uma iniciativa que requer uma certa preparação porque é preciso, por um lado, arranjar um quinto elemento (o fadista) e, por outro, estudar as músicas e ver, em termos harmónicos, quais as que se adequam, tanto ao saxofone como ao timbre do fadista”.
Nuno Martins



“Temos um outro projecto musical dirigido para as crianças, que conta histórias infantis através do saxofone. A iniciativa visa essencialmente permitir que os mais pequeninos se interessem pela música em geral, e pelo saxofone em particular”.
Elmano Coelho


“Na nossa vertente, tentamos diversificar ao máximo tocando todos os estilos que vão desde o clássico, ao jazz, passando pelo popular ou pelo ligeiro. Fazemos música com o máximo de seriedade, aproveitando os concertos para brincarmos com situações que nos permitam interagir com o público e torná-las ainda mais apelativas”
Nuno Martins

janeiro 02, 2007

Dossier Guitarra Portuguesa

Leitura recomendada dos primeiros c i n c o fascículos.
No Raízes e Antenas.


dezembro 27, 2006

A Severa de Júlio Dantas - 1901

A 30 de Novembro de 1820 nasceu Maria Severa Onofriana, A Severa.Considerada a fundadora do fado, manteve uma relação com o Conde de Vimioso (Dom Francisco de Paula Portugal e Castro).

O Conde assumiu o nome de Marialva na peça de Júlio Dantas, levada à cena no então Teatro D. Amélia, agora Teatro Municipal São Luiz.

A Severa morreu com apenas 26 anos na Rua do Capelão, na Mouraria, vítima de tuberculose.





(Acto II, cenas VIII a X)

SEVERA: Se tu me deixasses? (Agarrando-se ao Conde, desesperadamente) Ah, não! Mas tu não me deixas! Tu não podes! Dize que não me deixas! Eu morria para aqui... Se quiseres, bate-me! Bate-me, mas dize que não me deixas... Dize! Nunca! (Sentindo nos cabelos um beijo do Marialva e mudando a expressão dolorosa num grande riso aberto) Ah! Meu grosseirão! Como eu te quero!
D. JOSÉ (entrando, pela porta entre-aberta, e vendo o desalinho dos móveis e o sangue do soalho): Sangue... Que foi isto?
MARIALVA: És tu? (Com serenidade) Nada. Uns malandros que eu tive de correr à navalha.
D. JOSÉ (vendo-lhe a mão ensanguentada): Feriram-te?
MARIALVA (enrolando um lenço): De raspão.
D. JOSÉ: Não tens juízo!
SEVERA (vendo o lenço empapado): Estás a escorrer sangue... (Saindo para o quarto) Vou buscar água.
D. JOSÉ (ao CONDE): Vês? Antes tivesse ido!
MARIALVA (com curiosidade): Então, que há?
D. JOSÉ (a meia-voz): Só o tempo de chegar e de falar à Marquesa. Quando lhe disse que ias mais tarde, que talvez não fosses, perdeu a cor, cerrou os dentes... Tive de a amparar. Só me disse estas palavras: «Ah! D. José! Eu sei, é uma cigana... Se é meu amigo, vá... Traga-o! Traga-o!» Depois, escreveu qualquer coisa neste lenço, e pediu-me que to trouxesse. (Dando um lenço ao Conde) As rabecas choravam, na sala amarela...
MARIALVA (desdobrando, à luz, o lenço de rendas, e lendo, escrito a lápis, na cambraia): «Venha. Amo-o...»
D. JOSÉ (com entusiasmo mal contido): Uma onda de fardas e de casacas perseguia-a... As golas altas, bordadas de palmas de oiro, brilhavam-lhe em volta... E ela, alheia a tudo, a adorar-te, a querer-te num desespero, com todo o seu sangue a suspirar por ti! E as outras, e todas!... Sabes lá! Sabes lá!
MARIALVA (correndo à Severa, que entra e põe um jarro de água sobre a mesa): Mas que me importam as outras, que me importa isso tudo, se eu tenho a Severa!
SEVERA (deixando-se abraçar, enlevada): Ah!
MARIALVA: Estes olhos que nasceram para o sol, esta boca que nasceu para o fado, estes braços que nasceram para mim! (Estreitando-a, com ternura) Que me importam as outras, se só tu és capaz de me fazer chorar!
D. JOSÉ: Quê... Não vais, decididamente?
MARIALVA (olhando a Severa): Decididamente, não vou!
SEVERA (Numa explosão de alegria): Ah! Não vai! Fica comigo! (Com orgulho) É meu! Muito meu!
D. JOSÉ (pondo a capa e o chapéu): Mas todos te esperam, cheios de entusiasmo! Não é correcto, bem vês...
MARIALVA: Pois que esperem meu velho. Eu passo aqui esta noite! (Cingindo a Severa) Severa! (Dando-lhe o lenço que o D. José trouxe) Amanhã, quando me for, lê o que diz este lenço. Guarda-o bem! (Para D. José) Tu, vai, D. José. E se te perguntarem, dize a toda a gente que o Conde de Marialva, grande do reino, depois de uma cena de facadas, passa a noite com uma cigana!
D. JOSÉ (saindo e atirando com a porta): Adeus!
SEVERA (apaixonadamente, atirando-se ao pescoço do Conde): Como tu gostas de mim! Como tu gostas de mim!
MARIALVA: Vem cá, Severa. Vera cá. Toma a guitarra. Assenta-te aí. Os dois, muito juntos, coração com coração... (A cigana senta-se-lhe aos pés, preludiando na guitarra) É destino de Portugal morrer abraçado ao fado! (Apagando a luz, com a voz cortada de comoção)
Canta... Canta... Canta...
(A Severa começa a cantar; o Conde tem lágrimas nos olhos; o pano cai, lentamente.)